O canto solitário das Sirenes, levado através do sopro dos malditos, me hipnotiza e guia meu curso para as sombras da perdição dessa alma vazia.
Pensamentos e esperanças, perdidos na masmorra dessa fúnebre utopia, os desejos dessa jovem que sobem e descem as escadas do subconsciente, perdidos na escuridão de um âmago, amargurado pela dor da solidão e do esquecimento. Sonhos tornam-se esperança, enchendo seu coração ainda mais de tristeza e depressão. Seus gritos de sofrimento e dor, não são mais ouvidos. Há quem a tema, há quem a ame, há quem diz prová-la diariamente.
Sua face? Nunca vista, nem mesmo ela conhece seu próprio rosto. Sua idade? Dizem que a tristeza e a Solidão a tornaram imortal, outros dizem que nem mesmo nasceu, pobre criatura. Seu nome? Não sabemos ao certo, porém todos nós a conhecemos. E ela está bem aqui, sentada na janela da vida, olhando um por um, esperando o dia de encontrar-lhe novamente, e então, naquele dia, ela dirá: “Bem vindo a vida, eu sou a morte.”